Austrália

Descrição e Ecologia

Árvore de grande porte, com folhas perenes. Floresce de fevereiro a junho, apresentando flores de cor amarelo-pálido reunidas em capítulos. Encontra-se em vias de comunicação e de linhas de água, orlas de povoamentos florestais, bosques ripícolas e espaços abertos, preferentemente em solos ácidos. Prefere terrenos graníticos, evitando calcários. Tolera bem a seca, ventos marítimos, locais poluídos e temperaturas extremas. É classificada como espécie invasora em Portugal desde 1999. Forma povoamentos muito densos impedindo o desenvolvimento da vegetação nativa e produz muita folhada rica em azoto, o que promove a alteração do solo. Propaga-se muito facilmente por toiça, tornando difícil a sua eliminação, tendo de se usar métodos como o descasque.

Área de distribuição em Portugal

Ocorre no país inteiro, com a exceção de algumas zonas em Trás-os-Montes, Beira Alta e litoral algarvio.

Testemunhos da comunidade-local

As austrálias são de introdução recente no território, onde rapidamente ocupou áreas anteriormente cultivadas, pastoreadas ou de pinhal. Nas palavras de uma pessoa da comunidade: “Não havia antes, tomou conta dos pinhais, é uma verdadeira praga"; “Desde que deixaram de pastar as ovelhas e cabras começaram a crescer muitas, foi por volta dos anos 80 que começou”. A sua introdução inicial visava a valorização da madeira: “Antes, quando ainda havia poucas, eram valorizadas e protegiam-se para fazer cestos, móveis ou soalhos. Usava-se o cerne da árvore velha”. No entanto, sendo exótica e invasora, rapidamente se tornou um problema: “Hoje, já é uma praga. Depois de incêndios aparecem ainda mais, e nascem outras a partir da raiz” A sua substituição por espécies autóctones, que tem vindo a ser promovida na área do EcoMuseu da Labruja, permite recuperar os ecossistemas ripícolas e de folhosas, mais estáveis e, sobretudo, mais ricos em biodiversidade.

Fontes